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Você acompanhou as entrevistas durante o nosso especial dos 20 anos de Gilmore Girls desde o início de outubro – Shelly Cole (Madeline), Emily Kuroda (Sra. Kim), George Bell (treinador de diálogo e ator), Patty Malcolm (dublê de Lauren Graham), Sheila Lawrence (roteirista e produtora), né?

Claro que não deixaríamos nosso amado personagem Luke Danes de fora dessa festa! Eu entrevistei o Scott Patterson em 2018 e nos divertimos falando sobre sua incrível marca de café, a Scotty P’s Big Mug Coffee e outras coisas.

Agora, em 2020, a marca cresceu – e é claro, a entrevista também.

Estão prontos para conhecerem o Scott como nunca antes? Pegue uma xícara de café e vamos lá!

Scott Patterson, President & CEO of Scotty P’s Big Mug Coffee (Imagem: Divulgação / Scott Patterson)

A Scotty P’s Big Mug Coffee foi lançada em dezembro de 2017. Como ela começou? Em que você se inspirou?
Bem, eu e minha mãe sempre fomos muito próximos e – sabe como é, naquela época os jovens queriam ser mais velhos, não queriam ser jovens. Os adultos gostavam de ser adultos, não queriam ser mais novos. Agora é diferente, então tudo que um adulto fazia, eu queria fazer também. Então, bebíamos café quando eu era mais novo. Tínhamos uns cristais em pó e a gente – eu acho que se chama “café solúvel” hoje, né? Mas antigamente eram grãos em pó, que você colocava na xícara e colocava água quente por cima e virava um café. Não era o café da melhor qualidade, mas não era ruim. E aí eu ficava na cozinha durante horas conversando sobre a vida com minha mãe desde que eu tinha 12 anos: o que seria da minha vida, descobrindo coisas ano após ano, durante o ensino médio… Quando comecei a série, eu comecei a pensar em café o tempo inteiro. Eu queria aprender o ofício. Dediquei alguns anos a aprender sobre negócios, fornecedores e tudo mais e quando eu estava pronto e achei que era o momento certo, eu decidi lançar a empresa.

Eu só fiz um comentário inocente em um blog obscuro sobre finanças para o qual dei uma entrevista e aquilo viralizou. Mas viralizou mesmo, então tivemos que correr com o negócio e falamos: “certo, precisamos chegar logo ao mercado”.

E aconteceu tudo rápido assim? Quanto demorou?
Bom, eu já sabia o que eu queria em termos de fornecedor, faz anos que eu faço degustação. Demora muito. Eu já provei todos os tipos de café: vietnamita, jamaicano, havaiano, qualquer um que você disser eu já provei. Então meu plano era esse. Eu buscava um certo sabor, o sabor com o qual cresci. É um café de lanchonete de Nova Jérsei, a base é essa.

Você nasceu em Nova Jérsei?
Na Filadélfia. E cresci no sul de Jérsei.

É uma região muito populosa onde eu cresci – tem muita lanchonete. É uma cultura de lanchonete. Eu cresci perto de um autódromo, de um hipódromo e de lanchonetes por todo canto, então construí o sabor assim, me baseando nas minhas experiências nessas lanchonetes. Mas eu queria elevar o sabor, queria tirar o amargor. Eu buscava algo muito específico e eu sabia o que buscava. Mas é difícil tirar o amargor e de todas as vezes que eu provava, ainda o sentia. As pessoas me diziam: “mas é café, café é assim mesmo”, mas eu queria que ele ficasse mais leve, sem amargor, só leve e cremoso. E acidez baixa, e isso é o processo de torra e também uma combinação de grãos de países diferentes. É bem diverso.

Sério? Quais países?
Não posso contar (risos). Eu não vou revelar a fórmula, mas ele é bem diverso.

E como você chegou à fórmula final? Foi difícil?
Ah, demorou muito tempo. Mas quando você prova e atinge o nirvana… é bem claro quando acontece.

Eu preciso perguntar – seu personagem, porque você representou o Luke por 7 anos, certo? Isso te influenciou na decisão de abrir esse negócio?
Ah, sim, sem dúvida. Eu estaria mentindo se dissesse que não. Tinha aquela conexão e eu pensei – e eu amo café – que a ideia de ter um negócio e o negócio certo com uma base grande, potencialmente global de consumidores… Isso me prometia viagens, crescimento e propriedade. Tudo o que você não tem quando é ator, sendo só um funcionário e dependendo de um contrato – e tudo bem, eu não estou diminuindo isso, é um modelo de negócios brilhante, você não precisa investir, não é nada seu, mas você é contratado para ir e é muito bem pago e é fácil. Fazem ser tudo fácil e prazeroso. Mas eu cheguei num ponto em que eu queria ter meu próprio negócio, ser o chefe. Eu sou um bom chefe. Eu sou um chefe ótimo. Eu espero, eu acho! (risos)

E você tem planos de ir para o Brasil?
Você sabe há quanto tempo eu quero ir para o Brasil? Eu sempre quis ir para o Brasil com a banda, tocar, ainda gostaria de fazer isso. Só que agora estou tão focado no café, que a música teve que ficar um pouco em segundo plano, infelizmente, porque isso é 24 horas por dia, todos os dias, o café. E eu amo. Amo a música, também. A música é um ramo difícil. Não estou dizendo que café não seja, eu só acho que a indústria musical, o potencial de retorno real, de viver dela, é muito difícil. A menos que você esteja disposto a apostar todas as fichas desde muito novo. Eu vou continuar escrevendo e lançando músicas quando tiver tempo, mas agora não tenho. São 24 horas por dia de café, café, café.

E atuar. Não pensa mais nisso?
Ah, eu… já fiz tanta coisa, tem pouco que eu não tenha feito. Querem que você faça a mesma coisa mil vezes e isso não me interessa muito, nem na música. É tipo: “já ouvi isso, já interpretei isso, não quero fazer de novo”. Mas se me mostrarem algo que nunca fiz antes, que me empolgue, aí faço. E a questão não é o dinheiro, mas o meu tempo, como gasto o meu tempo. Se me deixa envolvido, eu faço. Mas como eu disse, o café vem em primeiro lugar. Até eu morrer. Vai me exigir muita viagem, é muito trabalho, e eu tenho um filho e quero que ele me veja fazendo sucesso. Por mais que eu já tenha conquistado muita coisa, ele nunca me viu fazer isso, e se em algum momento eu falhar, e eu vou, ele vai me ver levantar e seguir em frente e ele vai aprender com isso. Ele vai me ver fazendo, isso é importante para mim. Eu quero oferecer isso a ele. E quando eu morrer, a empresa vai ser dele. Não quero forçar, mas influenciar ele a ir para a faculdade e conquistar um diploma de administração, um MBA, ou um diploma de direito, sei lá. Não vou forçá-lo a nada. As empresas que eu mais gosto e sinto que são as melhores são as de várias gerações. Eu adoro empresas de 100 anos, que existem há muito tempo, elas sabem como fazer as coisas. Essa é outra razão pela qual decidi começar isso, não é algo a curto prazo. Espero que meus bisnetos sejam donos um dia.

Nunca esperávamos isso. Os fãs da série nunca imaginaram que você lançaria uma marca de café, o que é incrível, e saber que isso veio da sua relação com a sua mãe é demais.
A ideia do café é se juntar com as pessoas, se sentar junto e beber. Para mim, tem a ver com a minha mãe, com descobrir a vida e todas as questões que eu tinha.

Quando você começou a beber café?
Aos 12 anos. Eu não bebia sempre, eu bebia com a minha mãe algumas vezes na semana, em uma semana que ficávamos até tarde – porque ela nunca dormia e nem eu. Eu nunca durmo. Eu durmo umas 3 ou 4 horas, mas eu amo trabalhar. Eu tenho muita coisa para fazer. Eu tive problemas quando jogava baseball profissionalmente, antigamente, porque eu não dormia, então eu estava sempre fora. Aí eles achavam que eu estava aprontando, e não era isso. Eu dizia: “gente, eu não durmo muito, e não queria incomodar meu colega de quarto do hotel, então me levantei e fui andar na rua, fazendo nada”. Eu escrevo muito e sempre escrevi música e agora é só café, café, café, café.

Desenvolver linhas de café, exóticos, mais especiais, consome muito tempo. É muito a ser feito e eu gosto de participar. E isso é o meu xodó, são os meus blends. O problema é quando você encontra o blend perfeito e comigo funciona assim – é sempre muito caro –, eu tenho um gosto muito caro, mas demoro muito para negociar com essas pessoas. É chegar no preço que eu digo: ok, agora posso vender para meus clientes por um preço justo. A realidade do negócio é que o preço do café está subindo, isso influencia no preço que você cobra, mas não pode ser muito. Os apreciadores de café hoje são mais sofisticados. Já experimentaram os melhores cafés do mundo, os blends mais interessantes então é difícil competir – mas eu encontrei torradores maravilhosos que executam os blends que eu falo para executar e torram do jeito que eu quero que torre, e por um preço que eu posso oferecer aos meus clientes. Eu ofereço um café especial com um preço de café comum. É por isso que sempre recebemos avaliações de cinco estrelas. Nunca tinham bebido nada por esse preço. Talvez eu tenha o melhor café, eu não sei com certeza, mas está no páreo. Eu já provei café do mundo inteiro. Eu bebo o meu em casa, bebo o dia inteiro. Foi por isso que eu criei a empresa, porque eu queria beber um café melhor. Eu estava cansado de beber porcaria amarga e muito disso vem da Europa, e eu compro e faço e fica amargo, então, resolvi o problema!

Então você bebe seu próprio café?
Eu bebo meu próprio café e fico irritado quando ele acaba (risos). Tem bastante na minha casa. E o cheiro dele é melhor do que qualquer coisa – o meu café é um produto de alta qualidade por um preço muito justo.

O sabor é a chave para qualquer marca, eu tenho um perfil de sabor específico que quero manter no sistema e essa é a parte difícil. Principalmente vendendo para fora, se formos fazer na Europa precisa ser idêntico ao dos Estados Unidos. Isso é difícil. É uma estrutura diferente, pessoas diferentes, o ar é diferente. Tudo isso afeta. Então demora, estamos olhando isso agora, muitos investidores estão aparecendo e querem se envolver no negócio com a gente, mas estamos sendo cautelosos, fazendo do jeito certo, devagar. Queremos ter o direito de dizer: “somos a melhor empresa de café do mundo” – vai demorar um pouco, não podemos afirmar isso agora. O DNA já existe, o atendimento ao cliente é prioridade porque sabemos que o produto nós temos, o café é ótimo, o marketing, o preço certo, mas o primordial é o atendimento ao cliente.

E vocês só vendem online?
Nos Estados Unidos, pela Amazon e SCOTTYP.COM.

Divulgação / SCOTTYP.COM

As perguntas a seguir foram respondidas por Scott em novembro de 2020.

Em 2018, perguntamos se você tinha planos de abrir cafeterias – isso ainda é um plano considerando a crise que estamos vivendo com o Covid-19?
Precisamos nos estabelecer primeiro. Ainda estamos respondendo perguntas e precisamos de mais respostas antes.
Já nos perguntaram sobre isso e o comércio é uma coisa complicada – precisamos ter cautela, pode fazer sua marca desmoronar e acabar com a sua carreira muito rápido, especialmente agora. Se você não estiver numa posição em que pode negociar bem demais, é melhor não fazer, e nós estamos chegando nessa posição e queremos nos firmar mais nela – e queremos, sim, ir para esse lado, achamos que é necessário se você quer competir numa escala global – ou mesmo nacional.

O comércio é arriscado e eu sempre quis fazer com custo e risco baixos. Queremos que a experiência com café do nosso cliente seja melhor do que a de todos os outros.

É interessante porque há muito a se aprender com Steve Jobs da perspectiva do marketing. Ele é engenhoso, quero que seja fino e nesse formato porque fica confortável na mão. O formato. Ele diz: entenda isso, e eles ficam: “você é doido, como vamos fazer isso, você é uma pessoa horrível, você é maligno”. (risos) Quando ele era mais novo, o padrasto dele construía cercas e Steve o ajudava. O pequeno Steve tinha a impressão de que o trabalho estava pronto e o padrasto dizia: “não, precisamos fazer o outro lado”, e Steve dizia: “por que, se ninguém vê o outro lado?” – mas é por isso. Precisa ser perfeito, até a parte que não veem. E é daí que ele aprendeu disciplina em relação às formas, ele entendeu a função. Eu não estou me comparando a ele, mas é importante que, quando as pessoas segurem ou cheirem ou carreguem a sacola, que seja perfeito. Precisa ser perfeito. A embalagem é essencial, tudo é essencial. Quando eu desenvolvo um produto eu não penso “isso vai vender, vou ganhar uma fortuna”. Não, precisa ser perfeito para meus clientes, precisa fazer sentido.

Vocês tinham 5 blends em 2018. E agora?
Agora temos 16 opções de blends na Amazon e muitas opções de café que estão disponíveis exclusivamente na nossa Coffee Gift Box, em SCOTTYP.COM.

Não podemos deixar de perguntar: este ano é o vigésimo aniversário de Gilmore Girls. Vocês vão fazer algo especial com a marca para essa ocasião?
Nós fizemos um concurso no Halloween de melhor fantasia de Luke e o prêmio são cafés. Vimos fotos ótimas!

E é claro, o Brasil quer saber quando o seu café vai estar disponível por aqui. Sabemos que é um período difícil globalmente, mas muitos fãs querem provar do café uma vez que, temos certeza de que você sabe disso, brasileiros amam café!
A notícia boa para o Brasil é que temos uma caixa de presentes chamada “Wake Up & Do Good” em parceria com outra empresa. Essa caixa inclui meu café com outros produtos legais e poderá ser enviada para o mundo inteiro, então estamos empolgados!

Uma parte do lucro vai para uma organização que eu apoio, a Operation Underground Railroad, que ajuda governos pelo mundo no resgate de vítimas de tráfico humano e sexual, especialmente focando em crianças.

A caixa pode ser comprada e a caixa de presente poderá ser comprada por um link na página inicial do nosso site SCOTTYP.COM. Mas é edição limitada, então corre!

Quanto a entregas de pacotes individuais e KCups, a Amazon não está autorizando exportação de café dos Estados Unidos para outros países, então ainda não conseguimos exportar por lá. Estamos buscando outras opções. ■

Julia Sebber

Ufa! E é ASSIM que se faz um bom café, pessoal! Scott Patterson não apenas foi muito gentil e profissional na nossa entrevista de 2018 em Los Angeles, como também é incrível na administração de sua marca de café.

Agora você já sabe como a Scotty P’s Big Mug Coffee funciona e quanto esforço e amor ele dedica ao negócio para entregar o melhor café possível. E depois de ler isso, sinceramente, eu queria provar todos – como uma boa brasileira amante de café que sou.

Se quiser ficar informado sobre a marca, produtos novos e atualizações sobre as futuras entregas internacionais, cadastre-se no SCOTTYP.COM!

E não se esqueça de seguir o Scott nas redes sociais:
Instagram: @scottgordonpatterson@scottypsbigmugcoffee
Twitter: @ScottGPatterson@ScottyPsBigMug
Facebook: @scottpatterson111@ScottyPsBigMugCoffee
YouTube: ScottyP’s Big Mug Coffee
Pinterest: Scotty P’s Big Mug Coffee

Eu e o GGBR faremos uma live no Instagram nesta quinta-feira (19), às 20h, para falarmos sobre a entrevista e a visita aos estúdios da Warner Bros. quando morei em Los Angeles e pude ver Stars Hollow de perto. Vocês estão mais do que convidados a se juntarem conosco!

Julia Sebber
Julia Sebber é de São Paulo e trabalha com marketing digital – criação de filtros para Instagram, conteúdo, planejamento estratégico e branding. E claro, fã de Gilmore Girls desde 2000!

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