Em uma entrevista exclusiva para a Evie Magazine, o ex-ator David Sutcliffe, mais conhecido por seu papel como o charmoso, porém profundamente falho, Christopher Hayden em Gilmore Girls, fala da mudança de carreira — que foi das luzes de Hollywood para a prática reflexiva da psicoterapia somática. Confira um trecho a seguir:
Qual foi seu episódio favorito de Gilmore Girls?
O Baile de Debutantes. Havia muitas cenas boas para o meu personagem, e nos divertimos muito ao filmar. Foi a primeira vez que senti que eu era uma parte importante da série. Foi também quando percebi plenamente que Gilmore Girls era algo único e especial. Havia uma espécie de magia nela.
Você achou que havia algo de identificável na história de Christopher?
Eu me identificava com a falta de vontade de Christopher em se comprometer. Eu fui assim por muito tempo. Medroso. E, assim como Christopher, eu não era confiável e era egoísta. Consegui sobreviver com meu charme, mas sem nunca me arriscar a dar o máximo por mim e por aqueles que eu amava. Fundamentalmente, acho que Christopher era triste e inseguro. Isso também era verdade para mim na época. Eu me sentia perdido em Hollywood, um pouco deslocado, da mesma forma que Christopher se sentia em Stars Hollow com Lorelai e Rory.
Você mudaria alguma coisa na história se tivesse a chance?
Não, eu não mudaria. Ela foi perfeita. Serviu para a história da série, mesmo que tenha deixado os fãs frustrados e sem solução para o personagem. Christopher nunca iria acabar em Stars Hollow. A cidade lhe causava muita dor. Dor que ele não estava disposto a enfrentar. Nessa perspectiva, o relacionamento de Lorelai e Christopher sempre foi baseado na fantasia. Um desejo pelo que poderia ter sido. Mas o tempo deles já havia passado e, por isso, acho que o relacionamento deles durante a série foi sobre chegar a um acordo com isso e, finalmente, deixar para lá. Nunca me esquecerei de Lauren chorando no sofá em nossa cena final de separação. Parecia tão real e devastador.
Depois de uma carreira de ator bem-sucedida, o que o inspirou a fazer uma mudança tão significativa para se tornar um terapeuta somático?
O catalisador foi um workshop de uma semana sobre vivência radical no Esalen Institute em Big Sur, Califórnia. Eu já fazia terapia há anos, mas essa foi uma experiência totalmente diferente. Foi a primeira vez que consegui acessar e expressar diretamente minhas emoções reprimidas. Fui transformado pela experiência e fiquei impressionado com as técnicas e a filosofia dessa abordagem somática da terapia chamada Core Energetics. Um mundo totalmente novo se abriu para mim.
Alguns anos depois, entrei no programa de treinamento de quatro anos para facilitadores. Eu ainda estava atuando, mas minha energia e paixão estavam se movendo na direção desse novo trabalho. Quando me formei e comecei a conduzir meus próprios workshops, percebi que tinha habilidade para isso. Os clientes sempre me procuravam e diziam: “Acho que é isso que você deveria estar fazendo”. Eu sabia que eles estavam certos, mas era difícil desistir de uma carreira que havia moldado minha identidade e sido tão boa para mim. Mas em 2017, finalmente me aposentei, deixei Hollywood para trás e comecei minha nova vida como terapeuta somático.
Para conferir a entrevista completa (em inglês), é só clicar aqui.